O mercado imobiliário sentiu os reflexos da crise econômica dos último anos, mas o horizonte agora é de recuperação. Vários indicadores já mostram que 2018 está sendo o ano da retomada dos bons negócios. Mas, para aproveitar essa onda, é preciso um olhar atento para ver como os concorrentes estão se posicionando – e quais estão surgindo.

Entre os novos players, estão as aplicativos de aluguel de imóveis. Eles estão trazendo um novo conceito de interação que pode mexer com todo o mercado. Neles, as empresas anunciam o imóvel, permitem que os clientes façam um Tour Virtual, cuidam da documentação e, muitas vezes, ainda garantem o aluguel. Tudo ao alcance de um clique. O Quinto Andar e a Lockey são exemplos de empresas que vieram para simplificar os processos, intermediando a relação entre os donos de imóveis e os inquilinos de um jeito prático e ágil.

Essas startups competem com as imobiliárias tradicionais. Mas as que já perceberam este movimento estão se renovando, para não perderem mercado. Na última reunião da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), realizada na semana passada em Caxias do Sul (RS), o uso da tecnologia foi um dos principais assuntos debatidos pelos representantes das principais imobiliárias do País. A busca é por soluções que trazem facilidade e comodidade para os clientes, além de facilitarem os processos internos. Tecnologias como contratos automatizados, plataformas para pagamentos, além da importância do tour virtual, foram alguns dos temas discutidos.

Maximiliano Selmi Marques, CEO do House Viewer 360°, a mais completa plataforma de visualização de imóveis em 360°, foi um dos palestrantes. Ele falou sobre como combinar a inovação com o principal ativo que as imobiliárias têm. “Hoje, as imobiliárias vendem confiança para o seu cliente. Só que, além disso, ele quer segurança e comodidade. É aí que entram as soluções digitais. A combinação de uma empresa com tradição no mercado, mas antenada com as tendências digitais é imbatível. Essa empresa não vai precisar se preocupar com o avanço dos aplicativos de imóveis.”

Para Fernando Gonçalves, que assumiu a presidência da ABMI durante o evento, a tendência do uso das tecnologias é inevitável. Mas as imobiliárias podem aproveitar essa onda com soluções tecnológicas, sem perder a humanização no atendimento. “Precisamos das ferramentas, mas não podemos deixar de lado o atendimento diferenciado e personalizado.”

Para mesclar esses dois elementos – tecnologia e humanização – não é preciso ser uma imobiliária grande. A Brasil Imobiliária, de Vinhedo (SP), tem cerca de 300 imóveis cadastrados e se considera uma pequena imobiliária. Mas saiu à frente dos concorrentes maiores.

Ela já contratou o House Viewer 360° e quer tirar todo o proveito da tecnologia. “O mercado vai ditando as demandas e a gente vai acompanhando”, diz Adriano Matias, dono da imobiliária. Para ele, o segredo é saber acompanhar as tendências e trazer as novidades para os clientes. “Precisamos nos modernizar, sempre, não importa se você é pequeno ou grande.”

(publicado em 27/03/18)