Desde meados de março, o Brasil enfrenta uma transformação econômica enorme: Governos Estaduais e Municipais pedindo para que a população fique isolada em casa para conter a contaminação do novo coronavírus.
Com isso, as imobiliárias e construtoras viram uma forte diminuição no número de visitas a imóveis para aluguel e para compra e também no fechamento de novos negócios. Algumas construtoras ainda mantém seus projetos em andamento, mas deixaram de lado o início de novas obras, pelo menos pelos próximos 2 meses.
A perspectiva é que as medidas de isolamento – necessárias no momento – causem efeitos consideravelmente graves no mercado imobiliário e da construção civil: atrasos em obras, fechamento de shopping centers, prédios públicos, além de um desequilíbrio econômico-financeiro.
Esse desequilíbrio leva em conta o menor número de clientes negociando imóveis e também a renegociação de contratos já definidos em função do impacto causado pelo desaquecimento da economia – tanto de contratos de aluguel quanto de financiamento de imóveis.
E como o desequilíbrio econômico no Brasil por conta da pandemia de COVID-19 vai impactar no preço dos imóveis, tanto para alugar quanto para comprar?
O impacto do COVID-19 no preço dos imóveis locados
Primeiramente, vamos falar dos imóveis de locação. Como a pandemia é um evento sem precedentes na história recente do Brasil – e do mundo -, não havia nenhum tipo de previsão jurídica nos contratos para uma especificidade como esta.
Diante desta situação, o mais correto é que o corretor imobiliário faça uma intermediação entre o locatário e o locador do imóvel para renegociar os valores de aluguel em um formato que ambos não saiam prejudicados.
O que tem sido comum é uma diminuição em torno de 25% no valor bruto do aluguel residencial por pelo menos 3 meses. Isso pode variar, com base no perfil do locador, obviamente.
Para locações comerciais, a situação já é mais variada. Isso porque alguns locais tiveram que fechar totalmente as portas, o que traz prejuízos sobre o faturamento total. Outros tiveram que readequar seu funcionamento para o formato exclusivo de delivery.
No primeiro caso, a suspensão do contrato de aluguel pelo prazo de duração da pandemia, é algo possível. Já no segundo caso, a renegociação com uma diminuição no valor parece mais razoável para não prejudicar nenhum dos lados.
O impacto do COVID-19 no preço de compra de imóveis
Já o impacto no preço de compra de um imóvel de uma construtora possui outras peculiaridades durante esta pandemia. A demanda por novos imóveis – que vinha sendo reaquecida com a retomada da economia brasileira – caiu novamente.
E mesmo com uma das menores taxas de juro dos últimos anos, a demanda diminuiu com o enorme avanço do desemprego, impacto direto das demissões em massa de empresas dos mais variados setores.
Isso tudo gera restrições bancárias para os clientes buscando financiamento imobiliário e uma redefinição de prioridades da parte deles também. Comprar uma casa com certeza é uma das grandes prioridades de vida da maioria das pessoas, mas a incerteza diante do cenário de pandemia as faz repensarem o início de um financiamento com prazo de 30 anos, por exemplo.
Isso significa que o mercado imobiliário tende a uma desvalorização novamente, com um impacto direto nos preços, já que a maior parte dos clientes deixará de buscar por novas oportunidades de compra.
Neste caso, é preciso diversificar as soluções de apresentação dos imóveis com o objetivo de um novo formato de vendas, totalmente remoto e que convença de fato o cliente a investir na compra de novos imóveis, mesmo em um período tão incerto da economia.